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Crise dos 30

Mulher chorando - Picasso | 1937

Homens e mulheres vivenciam a crise dos 30.

Então por que parece que para as mulheres essa fase é muito mais crítica?

Engano, nessa fase os homens também sentem os mesmos sintomas, mas os questionamentos é que são outros. As reações são diferentes, o homem é mais racional a mulher mais emocional.

Essa é a fase que normalmente os homens questionam se o emprego que tem desde a formatura da faculdade é a empresa certa, se sentem falta de outros idiomas e ou de um MBA ou pós.

Se for casado é nessa fase que vai enfrentar a primeira crise financeira do casal pois não fez nenhuma reserva financeira, afinal o período de lua de mel já passou onde tudo era fácil e normal para os dois, porém agora os planos e objetivos são outros.

De repente o homem se pega achando que as baladas já não são como antigamente e só tem molecada, sem se aperceber que não moleques, mas ele que envelheceu. Vai reparar que os programas estão se tornando um jantar em sua casa, outro em outra casa, um churrasco com outros casais e assim vai.

Sim, ele também vai se pegar vendo que está ficando careca, que sua pele anda ressecada, uma ruga de expressão aqui outra lá e a dúvida cruel deve usar uma roupa mais sóbria ou continuar no seu estilo jovial. Enfim um pé na canoa da juventude e outro na canoa da maturidade.

O tempo passou e agora parece que qualquer erro pode ser fatal. Essa crise pega muita gente no contra pé, mas se vivida com equilíbrio e sabedoria pode ser uma fase de muitas conquistas. A primeira vitória é estar vivo, pois as estatísticas mostram que é até essa idade que mais homens morrem.

Para as mulheres tem tudo isso acima e mais algumas outras. Mais sensíveis, tudo parece conspirar contra e cada filme, cada novela, cada livro e pasmem cada comercial na TV faz com elas repensem a vida (lembra-se de um comercial de celular que dizia que ela estava saindo de um relacionamento e liga para um ex-colega de faculdade para desabafar e a vida dela muda?).

 É quando repensam os relacionamentos, muitas vezes entrando num relacionamento a procura de voltar à juventude, não aceitando a maturidade.

 Não há como negar, é aos 30 que a maturidade bate a porta, acabou a infância, a adolescência, os 20 e poucos anos onde nada era compromisso.

 Agora são tantas as cobranças e vem um tsunami de questionamentos. Será que estou fazendo o que gosto? Será que vou casar? Será que vou ter filhos? Será que estou ficando velha? Será que eu estou no caminho certo? Será que estou num bom emprego? Será…? Será…? Será…?

Nessa fase homens e mulheres, sentem a sensação de que as coisas agora são mais definitivas.

Mas aceitar que se pode errar em qualquer idade e é sempre importante analisar o erro para evoluir, então por que a neurose?

A mulher reluta em assumir que está deixando de ser uma garota para finalmente ser realmente uma MULHER, uma balzaquiana (era assim que se dizia antigamente).

Vejam que interessante esse termo Balzaquiana ou mulher balzaquiana surgiu com a publicação do livro A Mulher de Trinta Anos (1831-32) do francês Honoré de Balzac e que se refere às mulheres na casa dos 30. Em seu livro, Balzac elogia as mulheres de mais idade (30 anos) que, amadurecidas, vivem o amor em sua plenitude em completa oposição a tradicional figura da moça romântica que na época no máximo tinham 20 anos. A personagem principal, Júlia d`Àiglemont, representa a mulher mal casada, que após anos de infelicidade, chega aos 30 e consegue encontrar o amor nos braços de Carlos Vandenesse.

Nesta fase tem uma perguntinha chave, muito simples, mas que se torna muito complexa para responder: “o que eu estou fazendo da minha vida?”.

É nesse momento que a cabeça entra em parafuso e outra pergunta surge: “o que eu já fiz de concreto na minha vida até agora?”.

E não encontra nada. Até que você estava feliz com a vidinha que ia levando, os namorados, os passeios, os papos com amigas, o trabalho. Aí se dá conta que tinha outros planos que acabaram esquecidos na gaveta do armário da sua cabeça. Planejou conquistar muita coisa e se dá conta que não conseguiu e a vida está passando.

Seu senso de urgência aflora com medo de se tonar uma velha (o) careta e se acomodar com esse marasmo.

Se você tem algum conhecimento da vida e alguma maturidade vai passar essa fase bem e vai até perceber que ao contrário tem sim muitas conquistas feitas ao longo dos anos só que até agora não tinha se dado conta. Uma profunda auto-avaliação vai te mostrar o caminho a tomar nessa encruzilhada da vida.

É na crise dos 30 que se inicia o verdadeiro processo de autoconhecimento em que começamos a nos levar mais a sério e é o nascimento e batismo da vida adulta.

A vida está apenas começando e o resultado desse processo é a sabedoria chegando.

Lembrem-se as mulheres são mais ansiosas e questionadoras, então é importante saber que sempre estarão se questionando e saber priorizar os desejos pode ajudar a aliviar todo desconforto e insatisfação com as cobranças.

Comece mudando a forma de pensar aceitando que são questionadoras por natureza e que provavelmente sempre estarão insatisfeitas com algo na vida, pode ser um caminho.

E finalmente para ultrapassar essa fase com menos sobressaltos que tal rever essas atitudes:

1. Errar é humano persistir é burrice. Controle a ansiedade e o perfeccionismo, ninguém consegue ser perfeito o tempo todo, portanto os erros fazem parte do aprendizado da vida.

2. Saia da mesmice. Trate de mexer o corpo fazendo algum exercício, ele vai melhorar seu humor, e você está precisando disso.

3. Pense positivo. Veja o lado bom das coisas, essa é a grande chave para a felicidade. Se pensar em coisas boas, coisas boas acontecerão (Lei da Atração).

4. Sonhe, só realiza os sonhos quem sonha. Durma bem para repor as energias. Dormir bem é tão importante como beber, comer, respirar e os sonhos ajudam a elaborar o seu mundo interno.

5. Ame mais. Se o relacionamento não está mais te dando prazer, mude. O amor está em toda a parte desde que você esteja pronta para receber.

6. Zele por você. Se cuide para você mesmo

7. Trabalhe com prazer. Trabalhe no que gosta. Faça do trabalho um momento de prazer.

 

Aproveite essa crise é HORA DE MUDAR de vida.

 

 

 

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

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  • melhor do que o desejo de mudança dos 30, é a coragem dos 40 e a força dos 50... estou quase lá, mas com uma força precoce e crescente... bjs

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Eduardo Augusto dos Santos

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