Amor na era digital
Antes as regras eram simples, havia uma conversa onde se oficializava a separação e cada um ia para seu lado. Os dois ficavam chorando, se achando a pior do mundo, se isolando de todos, tocando violão para si mesmo, compondo e se recuperando do apocalipse.
Um tempo depois de curtida a solidão, cada um à seu tempo, começavam a sair, primeiro com a família, depois com os amigos e ai com outras novas pessoas e por que não possíveis “paqueras”.
Com a distância física a raiva um do outro ia passando. Longe dos olhos longe do coração, ninguém ficava sabendo da vida de ninguém, e se o outro estava com alguém era problema dela, que fosse feliz. Eventualmente chegava alguma fofoca, mas numa separação a falta de notícia era sempre uma boa notícia.
Ninguém ficava tirando a casquinha da ferida e aos poucos a ferida da perda não sangrava mais e ela cicatrizava, sem deixar marcas profundas.
Agora com os Facebook, Google+, Skype, Viber, Whatsapp, Linkedin, Instagram, etc. é como se vivessemos numa pequena cidade do interior, onde todo mundo sabe tudo de todo mundo. Onde o ex-casal se encontra, muitas vezes escondidos, através de posts de amigos.
Ele entra na net para espiar “escondido” e vê uma foto da sua “ex” numa selfie toda feliz com um outro cara qualquer, fica morrendo de ciúmes, e resolve retaliar postando uma foto beijando a primeira que encontrar. Ele não beija a mais de três meses, mas finge o contrário.
Antes da era digital isso raramente só iria acontecer, agora não, está ali estampado para todos verem, ele e a humanidade toda.
Aí os dois começam a trocar mensagens cobrando respeito, a reclamar de posturas (como se ainda estivessem junto), ou seja, hoje a pessoa tem que terminar na vida real, e depois tem que dar o pé na bunda também na vida virtual. Pois é, se terminar uma vez já era dose, imagina então agora terminar duas vezes.
Gente, virtual não é real. Percebam que nas redes sociais só existem momentos felizes. Saiu dias atrás na imprensa uma “gringa” que falou para a família e amigos que iria fazer uma viagem, se recolheu num lugar não conhecido e passou a postar fotos incríveis. de lugares maravilhosos, em diferentes países sem ter tirado um pé de onde se recolheu. E pior todos acreditaram, curtiram e compartilharam cada foto que ela postou.
A pessoa está sofrendo a separação, chorando pelos cantos, mas não quer dar o braço a torcer e posa de feliz porque acha que isso vai cutucar (sim chatear no mundo real) seu “ex”, e pronto agora está vingado e todo mundo infeliz.
Antes da era digital se tinha algumas regras para curar as feridas da separação e a tática número 1(um) era mudar de cidade, mudar para bem longe. Agora a tática é sair um tempo do Facebook e assemelhados, para ir ao cinema, viajar, jogar bola, ir ao shopping fazer compras, ir a um churrasco, encontrar com amigos no barzinho, essas coisas verdadeiras mesmo.
A tática numero 2 (dois) antes era se tornar invisível, sumir do farol do “ex”. Agora nem precisa sair do Facebook, basta esconder o que anda fazendo que é bem mais interessante do que contar para todo mundo.
Quando você some das redes sociais, acaba incentivando a imaginação do “ex” e nada supera a imaginação de um “ex” que a falta de informação. . . kkkkkkk
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