Assim como em 2015, neste ano de 2016 os filmes escolhidos para concorrerem ao Oscar nos trazem bons concorrentes com histórias reais ou não que nos fazem pensar muito a respeito dos temas.
Vou começar com o filme “PERDIDO EM MARTE”.
Com 7 (sete) indicações ao Oscar 2016 e com as credenciais (veja abaixo) com que chega à grande noite do cinema é um forte candidato neste ano a ganhar algumas estatuetas.
Este é um filme de muitas qualidades e muito realismo. Uma ficção cientifica sobre uma missão tripulada a Marte com tal realismo que acaba sendo o ponto forte do filme. Lembrou-me quando, ainda criança, ia a matines de domingo assistir ao seriado Flash Gordon e via coisas que ainda não existiam (só apareceram muito tempo depois) e eu ficava imaginando como isso acontecia e era possível.
Apesar de ser pura ficção, fruto da imaginação, a forma como são mostrados os fatos parecem acontecimentos possíveis, reais, tangíveis e realistas.
Percebe-se que teve muita pesquisa de toda equipe que produziu o filme e provavelmente com orientação de especialistas da NASA e com muitos efeitos especiais muito próximos do que poderia ser na realidade.
A história é até simples com três astronautas que estão andando sobre o solo de Marte, colhendo amostras do chão, conversando, fazendo piada com os colegas que estão a bordo da gigantesca nave quando acontece uma violenta tempestade de vento e areia que ameaça a nave mãe.
O comandante da missão (uma mulher) hesita, mas dá a ordem para que todos entrem na nave rapidamente na nave, mas um deles, Mark, foi arrastado pelo vento e perdeu a comunicação com a nave. O comandante tem que decidir entre salvar o resto da tripulação ou insistir no resgate, pois provavelmente Mark estaria morto.
A missão que deveria durar 30 e poucos dias em Marte ficou só com 10 dias, é abortada e a viagem a Terra duraria vários meses.
Mark apesar de ferido não morreu e vai lutar para sobreviver, tentar se comunicar com a NASA para uma eventual missão de resgate. Com poucos recursos e sozinho no planeta hostil e apenas com muito pouco suprimentos que sobraram na estação espacial no solo, ele tem que contar com a sua criatividade, engenho e espírito para subsistir e encontrar uma maneira de sinalizar à Terra que está vivo.
A partir desse momento do filme é bem detalhista e didático, explicando passo a passo como se fossem um documentário todos os passos dessa luta pela sobrevivência.
As ameaças que rodam Mark e a situação apavorante ficam mais fáceis de ser entendida quando com suas tiradas de humor ele vai explicando como vai tentar prolongar ao máximo sua estada até um possível resgate.
Engenhosamente ele consegue mandar mensagem rudimentar a Terra e a NASA com uma equipe de cientistas internacionais passam a trabalhar incansavelmente para trazer Mark de volta enquanto seus colegas de tripulação simultaneamente traçam uma ousada, se não impossível missão de resgate o mundo todo unido e torcendo pelo seu retorno.
A história de “Perdido em Marte” é bastante simples e de muita profundidade.
O filme mostra a solidão e a transformação de um homem e sua descoberta do que é realmente essencial. Cada minuto de vida é importante para ele.
Ele passa por uma grande frustação, fica só, enfrenta perigos mortais, vive um período de escassez de alimentos e água, chega à plena realização de suas potencialidades para só então seguir para a possível volta a Terra. Mark mostra isso quando coloca seus conhecimentos de botânica e começa plantar batata para não morrer, tem que viver com o mínimo possível de tudo para tentar sobreviver.
O filme mostra a aventura de Mark, sua transformação individual e também a coletiva.
A principal mensagem é que quando aceitamos nossa condição ouvindo os recados de nosso corpo e do inconsciente podemos atingir todo nosso potencial.
Ficha Técnica
Título original: The Martian (Perdido em Marte)
Gênero: Ficção Cientifica
Origem: Estados Unidos – Inglaterra: 2015
Data de lançamento: 1 de outubro de 2015 (Brasil)
Atores: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Jeff Daniels, Michael Peña e outros
Duração: 2h 24m
Música composta por: Harry Gregson-Williams