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As dores do amor

Existem muitas dores de amor.

A dor de quando a relação termina e continuamos amando, não nos acostumando com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a total falta de perspectiva, já que ainda estamos tão entretidos na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A dor de quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A dor física, a mais dolorida, da falta de beijos e abraços, a dor de virar um ninguém para o ser amado.

Mas, quando a dor física passa, começamos então outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos.

A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.

Quando reclamamos que não conseguimos nos desprender de alguém, é que, sem perceber, na realidade não queremos nos desprender.

Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida…

Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira está dentro de nós, e que só com muito esforço é possível se libertar.

É verdade que é uma dor mais amena, quase imperceptível.  Talvez, por isso, costuma durar mais do que a “dor-decotovelo” propriamente dita.

É uma dor que nos confunde.

Parece ser aquela mesma dor do inicio da separação, mas agora é outra. A pessoa que nos  deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,  que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o “gran finale” de uma história que terminou, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente…

Lembranças de um tempo bom vivido e que jamais será esquecido.

E só então poderemos amar, de novo.

AMAR É VIVER. AME MUITO E VIVA.

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

View Comments

  • UM GRANDE AMOR... a gente nunca esquece...Ele vai conosco onde quer que formos...Esquecemos o amor imaturo...mas o maduro fica pra sempre...
    sdds...

  • Realmente o mais dificil é se despedir de si mesmo. Sabemos que acabou mas queremos guardar os momentos, até já dispensamos a pessoa, mas os momentos . . . ahhh os momentos. Brilhante, obirgado

  • Hummmmm, muito interessante este sentimento..."o amor". Hoje ouvi de uma pessoa que foi traido na adolescência e atualmente é um jovem senhor, que ele não mais se entregara a este sentimento, e que pior que isso, gabava-se desta atitude, pois se um dia sofrera no passado, hoje era imune e fazia sofrer... pensei comigo: "que grande perda de tempo" na minha humilde opinião não há nada mais instigante que se entregar ao amor. E depois quando tudo inevitavelmente acabar? ah... choramos, sofremos, nos refazemos e amamos novamente, que maravilha não é mesmo? Feliz aquele que se permite passar pela vida, cultivando amores!!!

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Eduardo Augusto dos Santos

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