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Crise de Intolerância

Vivemos atualmente uma crise de intolerância?

Por que todos andam tão intolerantes? 

 

Ser intolerante não é simplesmente discordar daqueles que pensam ou agem de maneira diferente de nós, o que até podemos aceitar, mas fazê-lo com um espírito agressivo, rancoroso,  e desrespeitoso.

Intolerância sempre teve uma ligação com o poder. O intolerante utiliza a força para ferir e esmagar aquele que se encontra em desvantagem ou fragilidade.

Na religião a intolerância consiste em suprimir ou limitar a liberdade de consciência, da não aceitação das diferenças e do extremismos da fé.

E por que a toda sociedade parece agora tão intolerante, afinal não somos o poder e nem a religião?

Só tem uma explicação, não estamos sabendo lidar com todas as questões que nos aflora a toda hora.

Afinal, se ainda não te cobraram provavelmente você mesmo já se pegou em reflexão sobre que mundo está deixando para as próximas gerações, o que tem feito para cuidar do planeta e principalmente que filho está deixando para o mundo.

A grande verdade é que os pais movidos pela angústia e pela crença de que a criança é frágil e não aguenta a verdade, passaram a superprotegê-la.  A intolerância dos pais à dor e à frustração dos seus filhos se tornou a medida para lidarem com eles.

Educar é difícil, dá muito trabalho, requer paciência e determinação.

Em certa ocasião encontrei com um grande educador do passado (foi o pioneiro e construtor de algumas das escolas mais famosas de São Paulo), agora aposentado, e perguntei a ele:

– Mestre por que vendeu suas escolas que tanto amava e abandonou o magistério?

– Simples meu caro, no meu tempo a escola “formava” o ser humano. Agora a escola somente informa. No meu tempo o aluno aprendia além das matérias curriculares, disciplina, autoridade, determinação, ética, moral e civismo. Hoje os pais não ensinam nada disso com dó de seus filhos e ainda vão a escola reclamar se um professor chamar atenção.

Sim, isso mesmo, as mães hoje tem muita dificuldade de dizer “não” a seus filhos, pois isso gera um sofrimento profundo, como se estivessem privando seus filhos de algo.

Muitos pais tentam compensar a ausência, devido à intensa jornada de trabalho, com presentes, muitos presentes. As crianças se acostumam e não sabem mais esperar, querem tudo para ontem e já não sabem lidar com frustrações.

Claro que devemos proteger as crianças, pois elas realmente inspiram alguns cuidados e carinhos, e são dependentes, mas, tudo em excesso é ruim.

Os pais, ao tentarem minimizar o sofrimento de seus filhos na realidade estão contribuindo para que no futuro essas crianças venham a sofrer e se tornem intolerantes.

A frustração é necessária para um desenvolvimento infantil sadio. Aprender a perder e a ouvir “nãos” é um desafio. Além disso, quando a criança encontra uma saída para lidar com o desconforto que a frustração gera, está praticando na verdade um exercício de criatividade.

Ao superproteger a criança ou satisfazer imediatamente as vontades, a fim de evitar que ela sinta-se frustrada, estamos dificultando nela a compreensão da realidade do mundo. Na vida adulta, para se satisfazer os desejos é necessário muito trabalho e dedicação. Ao dizer “não” para a criança, estamos permitindo que ela desenvolva a capacidade de adiar gratificações – uma habilidade essencial para a vida em sociedade.

A criança que não conhece a privação pode tornar-se um adulto que não reconhece a existência do outro, pois cresce acreditando em sua onipotência.

Crianças que não ouvem “não” tendem a tornarem-se adultos infantilizados. Elas podem ter comportamentos “rebeldes” a partir da inconstância na definição dos limites.

É através dos limites e das frustrações que elas aprenderão que existem regras e perceberão que nem sempre suas necessidades serão satisfeitas imediatamente – é essencial aprender a esperar.

 

QUEM SABE ESPERAR, SABE TRABALHAR EM EQUIPE, ACEITA AS DIFERENÇAS E CONSEGUE SE RELACIONAR MUITO MAIS FACIL.

 

 

 

 

 

 

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

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