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Todo mundo pensa que homens e mulheres casados fazem menos sexo. E não é sem motivo.
Segundo pesquisas o desinteresse sexual pelo parceiro no casamento é maior entre as mulheres do que entre os homens, numa proporção de um homem que não tem vontade para quatro mulheres nessa situação, um conflito entre a diminuição do desejo e o aumento da ternura.
TPM, dor de cabeça, cansaço com os filhos ou a casa, preocupação com trabalho, situação financeira ou da família são as desculpas mais usadas. Elas tentam de tudo para adiar algo que acreditam ser sua obrigação para manter o casamento.
Quando o parceiro se mostra impaciente, o carinho que sente por ele, ou o medo de perdê-lo, faz com que a mulher se submeta ao “sacrifício”.
Isso tem a ver com a cultura disseminada a partir do século passado que para se estar bem é preciso estar vivendo um casamento por amor, como se isso fosse sinônimo de felicidade e um objetivo a ser alcançado por todos.
Cada pessoa tem uma ideia do que é felicidade num casamento e com o tempo as coisas mudaram e ainda vão mudar muito mais.
No passado não muito distante, a mulher se considerava feliz no casamento se seu marido fosse bom chefe de família, um bom pai, fosse um bom provedor não deixando faltar nada em casa e fizesse todos se sentirem protegidos.
Já para o homem, a boa esposa seria aquela que cuidasse bem da casa e dos filhos, que fosse boa cozinheira, que não deixasse nunca faltar à roupa bem lavada, passada, cheirosa e mais que tudo, mantivesse sua sexualidade contida.
Um casal perfeito era composto de uma mulher respeitável e o homem provedor.
Esse passado não existe mais e o futuro está sendo ainda delineado, estamos numa fase de transição do que era para o que vai ser.
Tudo mudou hoje os anseios e expectativas são bem diferentes em relação ao casamento tornaram-se muito mais difíceis, até mesmo muitas vezes impossíveis de serem satisfeitas.
Antes um dos objetivos e mesmo dever do casamento era ter filhos e o “fogo” do desejo sexual do casal deveria ser mantido em segredo, se houvesse. Hoje, pelo contrário, se oculta o termino ou diminuição do desejo sexual entre o casal.
Talvez este seja o grande problema enfrentado pelos casais atualmente, pois hoje o prazer e o amor são fundamentais na vida a dois e a todo o momento estamos sendo alertadas sobre isso pelas revistas, novelas, entrevistas na TV sobre como ter o prazer a dois, sem falar na internet (Whats App, Facebook, sites de encontros, etc.).
Ainda com um olho no passado as pessoas escolhem seus parceiros por amor e esperam que esse amor e o desejo sexual que o acompanha sejam recíprocos e para a vida toda, só que aí nos deparamos com uma cruel e nova realidade.
Hoje vivemos muito mais e quando a média de vida era menor o casamento durava apenas alguns anos.
Com o aumento da longevidade o amor até que a morte nos separe se torna cada vez mais inviável e embora ainda idealizado pela maioria, passou a significar longos anos de convivência, muitas vezes difíceis de suportar, principalmente para a mulher.
Com a disseminação da ideia do amor romântico criou-se na mente das pessoas de que o casamento seria o meio para realizar suas necessidades afetivas. Com isso Idealiza-se o par amoroso e, para manter essa idealização, não se medem esforços, o que acaba sobrecarregando a relação entre os cônjuges.
A imagem de que no casamento que as duas pessoas se transformarão numa só, que nada mais irá lhes faltar e, que cada um vai ter todas as suas necessidades pessoais satisfeitas pelo outro faz com se afastem dos amigos, abrindo mão de atividades que davam muito prazer, com ideia de que um dever a única fonte de prazer do outro e tudo o mais é dispensável.
Se isso cria por um tempo atenua o medo do desamparo, para que isso seja mantido será necessário fazer muitas concessões que o tempo vão se acumulando criando frustações e tornam a relação sufocante.
Num determinado momento um acaba percebendo que o “EU” foi substituído pelo “NÓS” não permitindo a existência do individuo. Por isso que mesmo ausente o outro continua presente, um ponto de referência, algo incomodo, pesado e desagradável.
E quando o esforço para corresponder às expectativas do casamento superar a capacidade de conseguir ceder, faz a pessoa então optar pelo fim do relacionamento.
Anteriormente o mais comum que a monotonia da vida a dois, da dependência emocional ou financeira que um tem pelo outro, levava a uma atitude de acomodação e resignação.
As desculpas eram sempre as mesmas: “ruim com ele pior sem ele”, “ele é um bom pai e companheiro”, “tem as crianças”, tudo na realidade justificativas para si mesmo.
E o comum de acontecer é o conflito do desejo sexual com o aumenta da ternura e companheirismo entre os parceiros, que apesar de viverem juntos, têm na ausência do desejo sexual a tônica da relação.
E o medo da separação acaba condenando a viver a solidão a dois.
Mas todos nós podemos recomeçar reconstruir nossa vida e seguir por outros caminhos. Não importa qual o motivo da separação dos mais simples com a falta da cumplicidade, do companheirismo, do carinho até os mais graves como agressão, alcoolismo, drogas, traição, etc. chegou a HORA DE MUDAR.
Vamos fazer novas escolhas usando o aprendizado da relação que estamos deixando para trás e acima de tudo acreditar que podemos sim ser felizes.
A vida continua e a hora de mudar é agora, e muitos anos a frente pode fazer toda a diferença entre viver na dor ou na alegria de um novo relacionamento.