© Texto de Lisiê Silva. (28/01/03)
Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos Homens que hoje estão na idade madura.
É claro que toda regra tem suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor.
Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacaremos aqui uma classe de Homens que são companhias agradabilíssimas: Os que hoje são quarentões, cinqüentões e sessentões.
Percebe-se com certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles tem pelo que há de mais belo: O sentimentalismo. Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloqüentes. Sabem o que falam, e sabem falar na hora certa. São cativantes, sabem se fazer presentes, sem incomodar. Sabem conquistar uma boa amizade.
Em termos de relacionamentos, trocam a quantidade pela qualidade, visão aguçada sobre os valores da vida, sabem tratar uma mulher com respeito e carinho. São Homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar, e de viver. Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes.
Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados.
A razão pela quais muitos Homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas se deve a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc. Mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influencia nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações de sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.
Viveram sua mocidade (época que marca a vida de todos nós) em um dos melhores períodos do nosso tempo: Os anos 60/70. Considerados as “décadas de ouro” da juventude, quando o romantismo foi vivido e cantado em verso e prosa.
A saudável influência de uma época, provocada por tantos acontecimentos importantes, que hoje permanecem na memória e que mudaram a vida de muitos.
Uma época em que o melhor da festa era dançar coladinho e namorar ao ritmo suave das baladas românticas. O luar era inspirador, os domingos de sol eram só alegrias.
Ouviam Beatles, Johnny Mathis, Roberto Carlos, Antônio Marcos, The Fevers, Golden Boys, Bossa Nova, Morris Albert, Jovem guarda e muitos outros que embalaram suas “Jovens tardes de domingo, quantas alegrias! Velhos tempos, belos dias.”
Foram e ainda são os Homens que mais souberam namorar: namoro no portão, aperto de mão, abraços apertadinhos, com respeito e com carinho, olhos nos olhos tinham mais valor…
A moda era amar ou sofrer de amor.
Muitos viveram de amor… Outros morreram de amor…
Estes Homens maduros de hoje, nunca foram Homens de “ficar”. Ou eles estavam namorando firme, ou estavam na “fossa”, ou estavam sozinhos. Se eles “ficassem”, ficariam para sempre… ao trocar alianças com suas amadas.
Junto com Benito de Paula, eles cantaram a “Mulher Brasileira, em primeiro lugar!”
A paixão pelo nosso país, era evidente quando cantavam:
“As praias do Brasil, ensolaradas, no céu do meu Brasil, mais esplendor… A mão de Deus, abençoou,
Mulher que nasce aqui, tem muito mais Amor…
Eu te amo, meu Brasil, Eu te amo…
Ninguém segura a juventude do Brasil… sil… sil… sil…”
A juventude passou, mas deixou “gravado” neles, a forma mais sublime e romântica de viver.
Hoje eles possuem uma “bagagem” de conhecimentos, experiências, maturidade e inteligência que foram acumulando com o passar dos anos. O tempo se encarregou de distingui-los dos demais: Deixando os seus cabelos cor-de-prata, os movimentos mais suaves, a voz pausada, porém mais sonora, hoje eles são Homens que marcaram uma época.
Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.
Muitos deles hoje “dominam” com habilidade e destreza essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavras de amor, nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, sentir e expressar seus sentimentos. Muitos se tornaram poetas, outros amam a poesia.
Por que o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades.
O importante é perceber que seus corações permanecem jovens…
São homens maduros, e que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de poder admirá-los.
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Mas...não era bem assim. Tenho 63 anos e posso jurar que os anos sessenta nunca foram "dourados". A autora, que deve ser bem mais jovem, está confundindo com os anos 50. Minha geração não teve esse tipo de romantismo descrito no texto. E sim, nós "ficávamos", embora o termo era outro. " Estou com uma transa com fulano..." Isso significava que não era namoro sério. " Com quem você "passou" o carnaval?" Queria dizer que tinhamos "namorado" alguém por apenas 3 dias. Tinhamos ficado com alguém. No início da década de 60 ainda havia alguma coisa parecida com o descrito, resquicios da década anterior. Mas logo tudo mudou e drasticamente. Quem ouvia Beatles não dançava de rosto colado de forma alguma. Dançavamos o Twist, O Hully Gully e o Bilisquete. Separados, felizmente. Era chatíssimo o tal paradinho de rosto colado. Década de Ouro foi o tempo de Jk que encerrou com a inauguração de Brasília em 1960. Nosso tempo era cheio de cores, psicodélico. Foram tempos revolucionários de muitos protestos, passeatas nas ruas, em todo o mundo! Todo o comportamento jovem mudou, inclusive no visual. Os rapazes deixaram o cabelo crescer, e nos encurtamos nossas saias e queimamos sutiens. Tempos de tortura, de guerra no Vietnan e muito sofrimento, mas tempo em que o jovem teve vez para falar alto, pela primeira vez na história. Foi quando os afro americanos também gritaram contra o racismo lá nos Estados Unidos e tiveram vitórias. Mas, mataram Martin Luther King. Assim como mataram os Kennedys. Tempo em que os cantores populares eram presos apenas por discordar da politica reinante, como aconteceu com Caetano Veloso e Gilberto Gil. Enfim, o romantismo nosso era o verdadeiro romantismo, Aquele da fé que mudaríamos o mundo! Nada a ver com namorar de mãos dadas.
Nós somos privilegiadas de ter esses homens maduros como esposo,amante ou amigo.
Lamentável e preocupante é pensar como será os jovens de hoje qdo maduros,que bagagem terá...Poucos ouvem boa música,a desvalorização da vida é o cotidiano de muitos.
Para os maduros,TUDOOOOOOOOO
"Por que o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades."
devemos, não importa os traços da fisionomia, todos procurar alcançar tais valores...
"Não é a época que faz o homem, mas o homem que faz a época"
Um texto de escrito há 5 anos atrás e que hoje me soa como atualíssimo! Verdade Universal eu diria...kkk