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Pessoa física e jurídica, eis a questão!

 

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Texto original publicado na revista CRN:  Sylvia Facciolla | Alfaiataria de Negócios – WWW.alfaiatariadenegocios.com.br

Desfruto, desde os tempos do colégio e faculdade, fama de ser bicho grilo rebelde, um ser pensante questionador que movimenta os ambientes com múltiplas indagações. Esta forma de pensar e sentir realmente me acompanha ao longo de minha vida, e me faz, positivamente, refletir sobre os mais diversos aspectos. Por isto, acredito, tenha virado consultora!

Entretanto, existem algumas discussões que profundamente me incomodam e me fazem duplamente pensar, objeto este que trago para minha coluna, a reboque de um tema freqüentemente em pauta nos principais círculos pensantes do ramo: o empreendedorismo, o empreendedor.

Quero deixar de lado o tecnicismo administrativo, como objeto fim, para me centrar na figura do empreendedor, objeto meio, que afinal, é quem faz tudo acontecer.

Quem é este profissional?

Costumamos dizer que o empreendedor é um ser que sabe planejar. Que toma riscos, calculados, que faz uso das ferramentas clássicas administrativas, tal como estratégia, processos, papéis, indicadores, metodologias. O empreendedor é um ser arrojado, de sucesso, que soube articular de forma estruturada sua intuição profissional, saindo à frente dos seus concorrentes, estabelecendo um negócio, com eficiência. 

E de que mais é feito o empreendedor?

O empreendedor, antes de mais nada, é um ser que aspira, que suspira, que sonha! E o sonho é fundamental para nos mantermos ativos, vivos. São nossos sonhos que nos desafiam, que nos fazem construir, que nos fazem crescer. Em todos os sentidos. 

Gostaria de provocar os leitores desta coluna que refletissem sobre seus sonhos; sonhos pessoais, sonhos empresariais. Sobre a dicotomia entre ser e estar, sentir e pensar. Será que a gente pode dividir a nossa existência entre aquilo que faço e quem sou de fato? Existem dois papéis a serem interpretados – da pessoa física e da pessoa jurídica? Ou se a gente interpreta é porque não somos o que aparentamos ser e, portanto, não somos de fato coerentes com nossas essências e aspirações? 

Existe espaço para sermos infelizes no trabalho e felizes na vida privada, se passamos minimamente 12 horas de nossos dias dedicados às nossas atividades profissionais? O trabalho pode ser apenas um meio? 

Eu particularmente não acredito nisto. O trabalho não é um meio de realização de minhas aspirações pessoais, ele é parte delas. Sou feliz e busco minha felicidade não apenas porque me orgulho do que construo, mas porque construo aquilo em que acredito, da forma com que acredito. Não divido a minha vida. 

Carrego para o meu trabalho meus valores pessoais, traços da minha personalidade – quem me conhece pode confirmar – e compartilho com meus colaboradores sempre amigos, amigos e familiares, os resultados intelectuais e materiais conquistados através do trabalho (ou seria através de minha essência?). Tudo se confunde.

Como empreendedora tenho um sonho pessoal. Meu sonho é fazer projetos para empresas que compartilhem os meus valores éticos, que tenham preocupações reais, sociais, que busquem equilíbrio entre os resultados privados e os benefícios públicos; empresas que se preocupem com os resíduos sociais de suas atividades.

Quero contribuir intelectualmente para empresas que vêem em suas atividades a oportunidade de transformar. Transformar a vida de seus colaboradores, transformar o meio em que está inserida, quando possível. Uma das minhas métricas de trabalho, intangível, eu sei, é o grau de confiança que o cliente tem na Alfaiataria. Possivelmente meu sonho seja pequeno para alguns empreendedores, mas ele é grande para mim. É no que eu acredito.

Mergulhar em seus sonhos e aspirações, portanto, é o convite que gostaria de fazer aos leitores de minha coluna. Pensem nos valores que te mobilizam, que te fazem levantar todos os dias para o enfrentamento do cotidiano, que te fazem sentir jovens e motivados.

Pensem em sua essência: ser ou não ser?

 

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

View Comments

  • Nossa, que texto!
    Como fico orgulhosa de ver pessoas como a Sylvia (ah e principalmente quando são mulheres! rs), que sonham e carregam seus sonhos, transformando pessoas e o meio onde estão inseridas. É bom presenciar vencedores! isso motiva e nos faz acreditar que os nossos sonhos, podem ser "bobagens" ou "loucuras", aos olhos alheios, mas para nós, são molas que nos impulsionam e portanto jamais devem ser abandonados.

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Eduardo Augusto dos Santos

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