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política com P (maiúsculo) – HORA DE MUDAR

política com P (maiúsculo) – HORA DE MUDAR

Estava tentando entender porque o ser humano atualmente anda muito intolerante, radical e com uma violência sem freios.

Desde muito jovem aprendi que tem alguns assuntos não se deve discutir, mas entender e aceitar os pontos de vista dos outros. Isso não quer dizer necessariamente mudar de opinião.

A beleza da vida está nessa multiplicidade de entendimentos de uma mesma coisa.

Futebol, religião, raça, opção sexual, formas de relacionamentos e política não se discute, se respeita.  Primeiro porque não quero convencer ninguém a pensar como eu, mesmo porque se cheguei a alguma opção sozinho também não posso querer que alguém se convença a pensar como eu penso. Sempre estou aberto a mudar de opinião depois de ouvir e refletir sobre as visões contrárias as minhas, e não foram poucas vezes que isso aconteceu.

Quem se mantem radical em qualquer assunto não ouvindo o que os outros têm a dizer a respeito nunca vai avançar, progredir ou se renovar.

É sempre muito agradável conversar com quem pensa igual, a conversa se desenvolve em alto nível, mesmo que todos estejam errados, mas dificilmente se evolui para algo desconhecido ainda.

Minha formação política começou na infância com meu pai, um português que veio para o Brasil porque se recusava a servir ao exercito português da monarquia. Ele já era republicano no inicio do século passado (1900/1910).

Esse texto é sobre a proclamação da República em Portugal em 1910, mas reparem que poderia ser o momento que vive o Brasil em 2014, 110 anos depois.

O mais interessante é que a Proclamação da Republica Portuguesa foi 5 de outubro de 1910. Isso mesmo o mesmo 5 de outubro que vamos eleger nosso novo presidente do Brasil.

O ser humano aprende muito pouco com as lições da vida, da história.

Os tempos eram outros, não tínhamos internet e nem televisão e a história era transmitidas de pais para os filhos. Eu nem tinha 7 anos e meu pai me fazia ler o jornal para ele, geralmente as páginas de política e me comentava os principais fatos, sempre mostrando o outro lado das coisas.

Mal sabia eu que estava sim me educando de como viver com diferentes e que sempre tem algo escondido por trás das notícias ou fatos que tomamos conhecimento. Nada de teoria da conspiração, mas que devemos analisar tudo antes de termos nossas posições.

Algum tempo atrás assistindo a um filme de 2002 que fez muito sucesso – Prenda-me se for capaz – tem uma cena rápida que me fez lembrar essas conversas: o protagonista do filme (Leonardo di Capri) num encontro com seu pai, também um vigarista como ele pergunta ao filho:

– Você sabe por que o New York Yakees (time de baseball) sempre ganha?

– Não

– Porque os adversários ficam prestando atenção nas listas das camisas.

 

Com isso estava querendo dizer que as pessoas prestam mais atenção no superficial.

Depois comecei a conviver mais intensamente com um dos meus outros 7 irmãos. Muito diferente para a época (1950/60), era brilhante intelectualmente e politicamente ativo e já me falava de assuntos estranhos para a época que mais tarde vi prosperar (Mercado ABC – Argentina/Brasil/Chile |Ecologia |meio ambiente).

Com jeito largado na sua aparência (hoje estaria na moda), eu via de longe sua atividade política e a relação que mantinha com políticos de várias matizes, respeitando a todos e sendo respeitado, mesmo com sua figura estranha para a época.

Todos já naquela época falavam em melhorar a vida das pessoas pobres, lutar pelos direitos dos trabalhadores, lutar pela Petrobrás (como podia ter petróleo em todo mundo e aqui não, essa era a questão) e tornar o Brasil um grande país.

Eu gostava de ficar no canto da sala ou acompanha-lo em suas andanças e ficar do lado ouvindo as conversas.

A verdade é que nesses anos todo de vida, já vi muitos avanços em todos os aspectos na vida brasileira, somos uma das maiores nações economicamente falando, temos uma das maiores democracias, liberdade de credo, politica e de expressão (às vezes aparece alguém querendo controlar a mídia, mas isso não pode acontecer).

Mas até quando?

Estamos assistindo uma eleição presidencial onde atacar o adversário, mentir, falsear, é mais importante que nos falarem seus compromissos. Estão colocando nós contra eles, irmãos contra irmãos como se isso fosse fazer política.

É preciso acabar com isso e juntos (todos) acabarmos de construir o que todos almejamos um Brasil forte, justo e para todos.

Líder verdadeiro é correto, tem ética. Líder é aquele que conduz e não o que oprime, até porque uma coisa é ter opinião e outra é fazer manipulação, enfim o eleitor merece ser tratado com respeito e não como se todos fossem ingênuos, burros e ignorantes.

Política não é guerra, dá para ser ter opinião, ser correto sem misturar as estações. Penso que no fundo, o que todos queremos, é sempre um país cada vez melhor e para todos.

Como não faço política, não faço propaganda política, só propaganda do meu trabalho, assim como fizeram comigo quando criança penso que temos que ensinar e ao mesmo tempo aprender que você pode até não gostar dos políticos que estão por aí, mas que se interessar pela política faz parte do papel do cidadão, inclusive pra tentar mudar o que não está bom, o que não concordamos.

Foi muito trabalhoso e duro chegar até aqui, várias gerações de brasileiros deram sua vida, às vezes com muito sangue e dor. Será que vamos jogar tudo fora por causa de uns poucos?

Nós brasileiros não merecemos isso.

É HORA DE MUDAR.

 

 

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

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Eduardo Augusto dos Santos

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