Já me perguntaram se na separação o amor acaba.
Penso que não. Sentimentos são duradouros, mas as relações que se criam em torno deles são breves. O namoro pode acabar em poucos meses e o casamento só durar alguns anos, mas a gente vive as consequências deles por muito mais tempo, como parte de um misterioso ciclo amoroso.
No inicio somos impulsionados pelos sentidos e emoções. Com o passar do tempo, vem a euforia, a empolgação. Depois o desejo incontrolável dos primeiros dias dá lugar a desencontros e brigas. Depois de algum tempo mesmo resistindo, com lágrimas ou gritos e às vezes uma gelada indiferença, tudo termina.
Só que não o sentimento amor. O sentimento amor continua ocupando espaço, doendo, tapando os olhos e a razão.
Somente muito tempo depois dos fatos consumados, ele finalmente desaparece. Vai acabando aos pouco.
Muita gente casa rápido e apaixonado demais sem ter tempo de uma convivência maior. Para conhecer se é a escolha certa de parceiro, se os estilos tem compatibilidade é preciso de tempo e muita conversa.
Para muitos e em especial para as mulheres o importante é casar, não importa como e com quem. Pensa que não pode ficar para titia e que hoje em dia tem mais status quem diz que se casou não importando que tenha ficado casada por pouco tempo, e é melhor e mais fácil se apresentar como separada do que como solteirona.
Puro engano. Grande erro. Grande bobagem.
Aí começa o erro da relação. Muita gente entra numa relação já admitindo que se não der certo, basta se separar. Esquecem que o casamento, aqui dito como relacionamento assumido, é o começo e não o objetivo final.
Para ter um bom relacionamento é preciso saber compartilhar, dividir, entender o costume e estilo do outro, pensar que o relacionamento tem que ser um projeto de vida a dois e um caminhar juntos que requer tolerar as diferenças e desejos do outro.
Relacionamentos duradouros são construídos pela maturidade emocional de seus parceiros, ciente que estão, que quando houver uma crise ambos estarão motivados para superar juntos.
É bastante curioso como as pessoas conseguem “descuidar” do seu relacionamento amoroso em função de vaidades pessoais, obrigações domésticas, filhos, diferença de costumes familiares, ambições profissionais, situação financeira, etc. . . etc..
Conversar num relacionamento é muito importante, tem que ser a prioridade do casal. Quando se está ocupado com outras prioridades não se consegue enxergar o que acabam fazendo com o próprio relacionamento.
Essas prioridades vão afastando o compartilhamento dos momentos simples do dia a dia, a refeição, como foi o dia, e aí o parceiro não consegue perceber mais as necessidades do outro.
Está no mesmo ambiente, mas é como se o parceiro fosse invisível, está preocupado (a) de responder o whats app, com o carro ou bolsa que quer comprar, coisas que considera como importantes e perde-se a si mesmo nessa busca interminável.
Quando questionado onde foi parar o afeto, o carinho e atenção só temos como resposta que a vida está difícil e corrida e não tem tempo para muitas coisas. Não consegue perceber que existe um problema no relacionamento.
Essa falta de atenção faz o parceiro começar a se tornar chata, cansativa, repetitiva, e o relacionamento se torna pobre onde já não há trocas e nem mais admiração, respeito.
Quando uma outra pessoa estranha do relacionamento oferece um carinho, por menor que seja, ela passa ser mais interessante e a ganhar a atenção e começa a achar que a “grama do vizinho é mais verdinho” e começa a desviar atenção do parceiro.
Afinal o que se quer num relacionamento, o que queremos alcançar? Isso não pode ser uma busca sem fim, tentando suprir nossas carências e provar para nós mesmos que somos capazes, pois não acreditamos que somos, e deixarmos de lado nossas relações afetivas.
Para que a relação dure é preciso primeiro saber escolher, segundo aceitar as diferenças, terceiro saber dividir, quarto dar carinho e atenção, quinto realmente estar interessado em priorizar a relação. Muitas outras coisas tem que ser feita, mas se prestamos atenção pelo menos nessas 5 a probabilidade de dar certo por muito tempo é muito grande.