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Já escrevi em outros textos neste blog sobre o estado de infelicidade que os jovens de 15 aos 35 anos estão vivendo.
Meus textos eram decorrentes de observações pessoais no dia a dia, mas nesse texto vou escrever com base numa matéria que contem algumas pesquisas que chegaram a minhas mãos.
Essa pesquisa se baseou em jovens profissionais entre os 20 e 40 anos de idade, com situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta, em geral com formação universitária e que seguem as ultimas tendências da moda.
Eles gostam de curtir a vida com esse estilo, mas estão infelizes, por quê?
O estudo define com clareza inicialmente o que faz uma pessoa feliz ou infeliz por uma fórmula bem simples:
Então é assim simples, quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando, ela está feliz. Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas, essa pessoa está infeliz.
A vida no inicio do século passado não era nada fácil e o objetivo maior era alcançar a sobrevivência, a estabilidade econômica e assim criaram seus filhos para construir carreiras seguras e estáveis, pois queriam que a vida de seus filhos fosse melhor do que eles próprios tiveram.
Os avós ensinaram que com muita dedicação, muitos anos de trabalho duro nada os impediriam de conseguir a tão sonhada estabilidade.
Os pais dessa nossa geração durante os anos 1970 a 1990 tiveram uma fase de rebeldia, na musica (rock, ie ie ie, etc.), nos modos de vida (hippies, vida em comunidade, etc.), aí o mundo entrou em prosperidade econômica e todos ficaram satisfeitos e otimistas.
Com uma vida melhor do que os avós, os pais se tornaram otimistas e onde céu é o limite acreditando que tudo é possível e passaram a introduzir no subconsciente de seus filhos que eles são especiais.
Criados assim, a geração atual criou para si uma expectativa que sua carreira ou sua vida pessoal tem que ir muito além da estabilidade e prosperidade sonhadas por seus pais. Querem muito mais.
Mas querem o que? O que é esse mais? Ninguém sabe. . .
Aí voltamos ao inicio do texto: quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando, ela está feliz. Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas, essa pessoa está infeliz.
Então começa os questionamentos:
O mesmo ocorre no plano pessoal. Não se procura relacionamentos que serão estáveis, mas que permitam realizar os sonhos. Como diria uma amiga que queria tanto um homem bonito: “só meu dou mal com eles”.
Eles também aprenderam que são especiais únicos. É aí que começa uma grande ilusão que vai trazer muita infelicidade.
Pensam: “todo mundo vai ter sucesso na carreira, mas como sou especial, único, vou me destacar de todos”. Só que todos pensam iguais, que são os escolhidos e ai vem a frustação, pois vai ter quer algo ainda melhor.
Essa ilusão de ter que ser especial, melhor, maior, diferente cria a infelicidade.
A maioria das pessoas não são especiais, senão a palavra ESPECIAL não faz sentido. Sei que todos que estão lendo devem estar pensando: “legal, mas eu sou desses poucos especiais” – e aí está o grande problema.
Por se acharem “especiais” acreditam que uma grande carreira é algo óbvio e natural e é só questão de tempo ao contrário das expectativas de seus pais que acreditavam que seriam muitos anos de trabalho duro que poderiam leva-los a uma carreira de sucesso.
Por conta dessa visão eles se mantêm assim antes de entrarem no mercado de trabalho, afinal o sucesso vai vir de qualquer maneira. . . e não vem.
A realidade não é bem assim. Carreiras consomem anos de determinação, perseverança, aprimoramento, trabalho duro, muitas derrotas, muito suor e muitas lágrimas. Mesmo os mais bem sucedidos em suas carreiras conseguem fazer algo importante nos seus vinte e poucos anos.
Como eles não estão dispostos a aceitar esse fato facilmente acabam ficando infelizes porque não atingem suas expectativas. Essas expectativas fora da realidade, à dificuldade de aceitar críticas, uma visão exagerada de si mesmo, expectativas não alcançadas levam a frustações consigo e com o mundo.
Por se acharem merecedoras de respeito e recompensa que não estão de acordo com suas habilidades e principalmente esforço acabam não conseguindo esses reconhecimentos.
Essa visão distorcida sobre quem são faz com que tenham expectativas muito altas, e mesmo iniciando sua carreira profissional não se conforma com o que consegue e atribui essa realidade aos outros. Esse circulo vicioso acaba novamente na equação do inicio do texto: Infelicidade = expectativas – REALIDADE
Acrescente a tudo isso que seus pais não sabiam na época como seus colegas estavam indo profissionalmente. Hoje tudo mudou a internet trás todos os dias informações de todos a toda hora, mesmo que sejam “falsas”.
As redes sociais criam um novo mundo onde ficamos sabendo o que as outras estão fazendo, geralmente versões com muito “photoshop” e melhoradas de si e suas realidades, as carreiras estão mais expostas (e os relacionamentos também). Mas geralmente que está vivendo uma situação inversa tende a não se expor e isso faz com que a infelicidade só aumente, pois parece sempre que as coisas só acontecem para os outros. Quantas vezes ouvimos: “por que ele (a) e não eu”?
Assim, mesmo que a carreira esteja indo bem eles se sentem frustrados, insatisfeitos, desapontados, INFELIZES.
Como sair desse circulo vicioso?
Primeiramente deixe de pensar que é ESPECIAL, pois não é. Ainda é tem muito a aprender, é apenas um jovem inexperiente. Mas se trabalhar duro, por bastante tempo e com foco pode vir a ser.
A ambição pode ser positiva se for para te levar para cima, te motivar, mas para isso tem que estar no eixo de sua personalidade se não a ambição te leva à depressão. Escolha algo que goste de fazer e foque com todas suas forças.
Pare de pensar nos outros e foque em você.
Entenda que esse mundo colorido que os outros estão te apresentando nas redes sociais na maioria das vezes são falsos. Acredite, a maioria delas estão tão indecisas e infelizes como você, então o que achas de sair na frente de todos? Deixe-os com inveja da sua FELICIDADE.
Se fizer um exercício substituindo a vida profissional pela vida pessoal, pelos relacionamentos, vai ver que acontece a mesma coisa. Pare de querer o que não existe e seja FELIZ.
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Ótima reflexão!