Quem diria a alguns anos atrás que nós da AC estaríamos no centro de uma nova revolução industrial.
Sim, sim, automação e os aplicativos (APP) estão mudando os modelos de negócio e também mudando as relações de emprego. Quando a AFRAC foi fundada o objetivo era reunir fabricantes e revendedores de automação comercial, que naquela época nada mais era que os fabricantes de impressoras fiscais e seus revendedores. Com o tempo foram sendo agregados os distribuidores, as softwares houses, aos fabricantes de AIDC, suprimentos e mais recentemente e-commerce, meios de pagamentos, etc.
Estamos no meio de uma nova revolução e não faz nenhum sentido se a reforma das leis trabalhistas, em discussão no Brasil, não levar em conta tantas mudanças e mudanças cada vez mais rápidas como não faz sentido estarmos discutindo se tal segmento de automação tem ou não aderência como associado da AFRAC, todos fazem sentido.
No século XVII tivemos a primeira revolução industrial marcada pela invenção da máquina a vapor, da locomotiva que proporcionou as grandes transformações, produzida pelos transportes.
Aí veio a eletricidade que viabilizou a produção em massa e tivemos a segunda revolução.
Quando veio a internet e a tecnologia da informação, tivemos a terceira revolução.
Estamos no meio da quarta revolução caracterizada pela total conexão entre as pessoas, através das redes sociais, pelos APP, pela inteligência artificial, pela comunicação instantânea a qualquer hora e lugar.
Mas essa conexão não está se dando apenas entre as pessoas, está ocorrendo entre as várias tecnologias disponíveis que se interligam e formam uma nova realidade.
Essas revoluções estão acontecendo cada vez mais rápido que vão destruindo e abrindo negócios, sumindo com empregos e criando outros.
Se na primeira revolução era a estrada de ferro que ia desbravando novas terras, avançando abrindo cidades e dominando a economia, as demais revoluções também tiveram seus apogeus e depois declinaram para se estabilizar num patamar e servir de base para as demais.
Muitas profissões só são lembradas em novelas e livros do passado e a maioria das pessoas nem sabem o que venham a ser despachantes, secretárias, datilógrafos, recepcionistas, contínuos, telefonistas, ferreiros, carvoeiros, acendedores de lampiões, fiandeiras, bordadeiras, fotógrafos lambe lambe, leiteiros, cocheiros, pianista de cinema, telegrafistas, pinsetter (organizador dos pinos do boliche), calceteiros, alfarrabistas (colecionador de livros antigos), bobo da corte, etc.etc.etc.
Outras profissões conhecidas hoje estão enormemente ameaças a sumir pelo uso da tecnologia. O operador de telemarketing já começa a ser substituído, arquivista, bibliotecário, estatístico, caixa, vendedor de varejo, vendedor de seguro, escrivão, taxista, etc. tem seus dias contados.
Em quanto isso outras profissões estão surgindo e outras vão surgir que nem nome tem ainda e provavelmente, dentro de alguns anos, não serão mais lembradas.
Apenas estamos entrando numa nova era.
Hoje somos vigiados pelos satélites do Google Earth, e xeretados por artimanhas digitais, como o Pokémon Go e assim somem empregos criando novos.
O uso intensivo da tecnologia permitiu que o Uber em apenas 7 (sete) anos de existência se transformou na maior REDE de transportes de pessoas do mundo e isso atinge diretamente os taxistas, mas logo, logo pode começar a doer nos motoristas do Uber, porque agora o objetivo é produzir carros que se locomovem sem motoristas.
O e-commerce está apenas no começo, mas já fechou muitas lojas (principalmente fora dos grandes centros) e exterminou grande número de empregos entre os comerciários.
O aplicativo Airbnb, que proporcionam hospedagens em ambientes domésticos, está mudando o negócio da hotelaria e de quem vive dele.
O telefone fixo perdeu sua importância e o celular mudou a vida dos autônomos criando o famoso e conhecido PASTEL (pasta e telefone celular).
Em muitas atividades, especialmente nas empresas de prestação de serviços, os departamentos de TH – Talentos Humanos (antigo RH) já entenderam que os profissionais mais talentosos, justamente os que mais interessam à empresa, já não querem emprego fixo, preferem ficar soltos para poderem atender mais clientes.
Em ambientes assim, já não faz mais sentido jornada mínima de trabalho, nem cláusulas de férias, nem regimes de horas extras. O passa a valer é a vontade e disponibilidade de quem presta serviço e de quem contrata.
Uma necessidade das relações modernas de produção é a terceirização e não se trata de desvalorizar as relações de emprego e de direitos trabalhistas e nem uma questão de redução de custos.
A previdência social está em discussão em todo mundo, pois estamos diante de um mundo novo em constante mutação, se não fizermos os ajustes necessários vamos condenar o futuro das próximas gerações. E por que isso? Simplesmente porque estamos vivendo mais, com uso intensivo da tecnologia a serviço da medicina.
Tudo isso é automação e a AFRAC é a associação que pode e deve unir todas essas novas demandas unindo diferentes para um fim comum, A NOVA ERA.